domingo, 9 de agosto de 2009

Braga e o Mundial... sim ou não?


Antes demais, este evento não deve ser visto como um mero investimento num recinto de Futebol, mas sim como um investimento fundamental para o desenvolvimento, divulgação e internacionalização de Braga e da região. Numa altura em que urge a necessidade de “transformar o emprego” da região, em função da crise/fim dos sectores primários e secundários.


Sendo sério na análise que se faz deste assunto, face à ausência de projectos/estudos sobre o custo da intervenção no Estádio, e a mais valia da organização/realização de jogos do Mundial na cidade, podemos no entanto observar o seguinte:
-existência de um investimento prévio de 140M€ com possibilidade de rentabilização;
-a realização de um Mundial em Portugal (que ocorrerá talvez à frequência de 1 em cada 100 anos), e que será o evento desportivo máximo que o Estádio poderá receber;
-necessidade de um investimento reduzido (~30M€);



Senão vejamos:


-O Estádio Municipal custou 139.870.880€. Segundo a auditoria, do tribunal de contas:
http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2005/audit-dgtc-rel037-2005-2s-v2.pdf ;



-Sabendo que as bancadas removíveis do Estádio do Algarve tiveram um custo na ordem dos 6M€ com capacidade para 9.500 lugares, podemos estimar um custo de 10M€ caso sejam precisos 40.000 lugares ou 15M€ caso sejam precisos 44.000 lugares;



-Tendo em conta que em 2018/22 os Estádios já não estarão propriamente actuais (14/18 anos), veja-se actualmente o exemplo dos Estádios do Itália 90 (19 anos), a precisarem de requalificação, um investimento na modernização do estádio associado ao custo de 15M€, poderá implicar talvez um custo total a rondar os 30M€;



- Se a obra for comparticipada pelo Estado podem ainda ser supridas algumas debilidades que o actual Estádio apresenta, aparcamento real reduzido, acessibilidades más e infraestruturas de apoio más (nomeadamente para quem acede pelo bairro da Misericórdia), entre outras, que retiram rentabilidade ao recinto;



- A adicionar aos factores anteriores, a bancada amovível será retirada após o evento, o que permitirá que o Estádio volte à situação inicial, além disso essa bancada removível pode ser concebida por forma a ser montada separadamente em bancadas menores, que poderão ser utilizadas nos mais diversos eventos, podendo ser vendidas/cedidas/alugadas às diversas entidades que realizem espectáculos do género, podendo portanto representar uma mais valia para os eventos realizados no município, e serem rentabilizadas também em Portugal e mesmo noutros países.



- Tendo em conta que ser uma cidade anfitriã de jogos, projecta internacionalmente a cidade e acarreta um afluxo enorme de turistas e da comunicação social mundial à cidade, com o intuito de assistir aos jogos da fase de grupos (40.000 a 90.000 pessoas), do qual advirá a receita directa deste afluxo, mas também toda a capitalização futura da divulgação proporcionada, facto esse que não acontecerá em qualquer outro cenário, sendo óbvio que o proveito retirado da divulgação é totalmente díspar;


-A evidência anterior, leva a que em Espanha 22 cidades queiram participar, é portanto extremamente negativo, que a terceira cidade Portuguesa perca esta possibilidade de internacionalização, numa altura em que o Turismo surge cada vez mais como um mercado a explorar por Braga, que devia procurar classificar o seu património, e aproveitar estas oportunidades únicas para o divulgar.

-A melhor forma de combater o desemprego, face á impossibilidade do sector Primário e Secundário competirem com países onde os trabalhadores não têm qualquer protecção, é precisamente o internacionalizar de Braga, divulgar o seu património, divulgar todas as formas de turismo da região, podendo-se desenvolver uma nova forma de empregabilidade na região e na cidade;



-Além da realização dos encontros do Mundial, existe sempre a possibilidade de executar/desenvolver um centro de estágio para uma selecção e para posterior utilização, que no entanto em nada se compara com receber jogos, facto já demonstrado;




Em suma, sabendo que é necessário esperar pelos projectos e estudos para se saber ao certo quais os valores envolvidos, parece no entanto mais do que evidente à partida que será um evento extremamente benéfico para a cidade, muito mais do que o próprio Euro.

Este facto apenas se aplica a dois dos sete Estádios com 30.000 lugares que participaram no Euro 2004, precisamente o do Algarve e de Braga, pois podem ser temporariamente ampliados, com um baixo custo.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

PROT-N: Braga, apenas para turismo religioso?

PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE – PROT-NORTE
Temática: TURISMO
Relatório
Plano de Financiamento




Braga aparece apenas referida como Património Religioso, e de forma negligente aparece talvez incluída nas cidades e vilas históricas.

Pelo que vou expor de seguida, acho extremamente redutor o papel Turistico potencial atribuído a Braga, e o facto de não ser nitidamente mencionado o enorme potencial de:
  • Braga Romana - Bracara Augusta - Turismo Romano/Antiguidade Tardia
  • Braga Medieval e Barroca
  • Rede de Castros da região Norte




Devo lembrar o seguinte.

Braga Romana e Sueva:
  • Bracara Augusta foi uma das 20 cidades mais importantes do império Romano, e a mais importante em Portugal.
  • O Anfiteatro Romano encontra-se por estudar e classificar. 0€?
  • O Forum Romano encontra-se por estudar e classificar. 0€?
  • O Teatro Romano foi estudado parcialmente mas aguarda pela classificação e recuperação. 0€?
  • Templo/Edifício Romano da dimensão do Templo de Diana, ficou soterrado à saída do novo Túnel, obra aprovada pelo IPPAR. 0€?
  • Uma Ínsula completa a Ínsula das Carvalheiras, encontra-se estudada e classificada, mas aguarda verbas para a sua musealização. 0€?
  • Dois edifícios Romanos ligados ao culto e à produção de Ceramica e Vidro respectivamente encontram-se em fase de musealização. 0€?
  • 7 Sepulturas únicas no País foram identificadas e encontram-se também em fase de musealização. 0€?
  • Termas Romanas, estudadas e musealizadas, existe a possibilidade de reconstituição do edifício, a qual já foi efectuada em maquete. 0€?
  • Fonte do Ídolo, estudada e musealizada.
  • Vários troços e torrões da Muralha Romana foram identificados
  • Várias domus e mosaicos romanos foram estudados e musealizados, no Museu Pio XII e no Museu D. Diogo de Sousa
  • Vários Miliários e diverso espólio encontram-se expostos no Museu D.Diogo de Sousa
  • Um balneário pré-Romano foi identificado, estudado e Musealizado na Estação Ferroviária.
  • Braga foi também a capital Sueva, e em Dume e na Falperra encontram-se importantes achados dessa época, existe a nova proposta de Parque Arqueológico na Estação da Falperra apresentado pela UAUM.
  • Amplas áreas da cidade Romana encontram-se por estudar, e a zona das Sete Fontes dada como a zona de abastecimento de água à cidade Romana também se encontra por estudar. o€?

Braga Medieval e Barroca:
  • Braga era a maior cidade da região quando nasceu Portugal, e foi por influencia do seu Clero que Portugal obtém a independência.
  • Braga era uma das maiores cidades medievias de Portugal, e Guimarães apenas vila nessa época obteve o título de Patrimonio Mundial da Unesco, não por possuir maior património no centro histórico medieval, mas por este se encontrar, devidamente recuperado e classificado, não vale a pena fazer o mesmo à cidade medieval de Braga?
  • Braga foi desde a época medieval até ao século XX a segunda maior cidade da região, facto evidenciado pelos censos de 1846, e é conhecida pela seu património arquitectónico nomeadamente o Barroco.
  • Continua por criar o Museu desta época, que reúna a informação de toda a edificação entretanto destruída.
  • O Centro Histórico Medieval carece de uma candidatura a Património Mundial da Humanidade, facto que o PROT-N não refere. 0€?
  • O Santuário de Bom Jesus do Monte não está classificado como Património Mundial da Humanidade, mas a “cópia” feita no Brasil, Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, encontra-se classificada como Património Mundial da Humanidade desde 1985. 0€?

Rede de Castros na Região Norte:
  • Não é referida, e é evidente e eminente a classificação como Patrimonio Mundial da Unesco
  • Em Braga destaca-se o Castro de Monte Redondo que se encontra ao abandono, assim como os restantes identificados, e por identificar, o mais recente é o povoado identificado no Novo Hospital Central, que caiu num silêncio assombroso, após ter sido despedido o Arqueólogo que denunciou a eminente possibilidade de destruição do Património. 0€?

O facto do património do município não ser devidamente estudado e classificado, leva à subvalorização do seu potencial.
Não existe qualquer referência no Plano de Execução a Bracara Augusta, à Cidade Medieval e à Cidade Barroca, nem à rede de Castros, penso que o PROT-N demonstra um grande desconhecimento do Potencial de Braga ao nível do Turismo, e da Rede de Povoados Castrejos.

Além de uma visão totalmente diferente por parte da CCDR-N, espero que os Políticos Bracarenses dêem a devida atenção ao Potencial do Património do Município, e que o IPPAR /IGESPAR, revelem interesse na preservação e recuperação do Património.
A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, vai revelar novos projectos, e estes deviam ser devidamente considerados pelas entidades competentes.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

PROT-N, Braga qual o seu papel?

PROT-N : Braga, qual o seu papel?
Relatório
Críticas apresentadas pelas CM


O PROT-N define Braga como Cidade de Equilíbrio Regional, contudo é evidente o esvaziamento de importância que os sucessivos quadros de apoio têm ditado.
Enquanto se observa uma concentração de 45,5% dos fundos regionalizáveis no Grande Porto que aquando do novo QREN estava a 131% da média da região NUTS II Norte, a 75,1% da média UE27, e quando este apenas possui 34,2% da população e 3,8% da área, subvertendo a CCDR-N o valor implícito aos fundos, fundos de convergência, promovendo a CCDR-N a divergência, dentro da região Norte.




Enquanto se observa que as Rodovias e Ferrovias são maioritariamente construídas nas restantes NUTS III, quando significam também elas uma capitalização de vantagem competitiva para o Grande Porto, A29, A32, CREP, A7, A41, A42, Metro do Porto (demasiado expansivo, Trofa e Povoa do Varzim face aos restantes investimentos no Norte), até a A3 foi traçada entrando dentro da Circular Interna do Porto, e a A11 foi traçada como de uma radial ao Grande Porto se tratasse, ficando como ¼ de circunferência da radial mais externa, afastando-se do traçado da N101, e diminuindo a efectividade de ligação de Braga-Guimarães a Vila Real.



Apesar de no PROT-N apregoarem um reforço da importância de Braga neste novo quadro, considerando-a correctamente de longe a segunda maior centralidade no Norte Litoral, e um Cidade de Equilíbrio Regional, o que se verifica é a manutenção da marginalidade de Braga, num Arco Metropolitano do Norte Litoral, que é pensado e executado como Arco Metropolitano do Grande Porto.
Parece até evidente pela observação do mapa de Estradas, e dos eixos principais na figura do PROT-N, a intenção objectiva de destruir qualquer hegemonia de Braga em relação às restantes centralidades do Norte Litoral, representando teoricamente o eixo Viana-Braga-Vila Real, mas na pratica nem estão ligados directamente.






Apesar de todas as localidades serem tratadas como apêndices do Grande Porto, é possível verificar que:
Guimarães possui a A11 que a liga a Norte, e a Sul, possui a A7 que a liga a Este e Oeste, e a torna próxima de toda a sua Área de Influencia(AI) definida pelo INE, reforçando ainda a sua integração na região.
Famalicão possui a A3 e A7 que também a ligam a Norte, Sul, Este e Oeste, e está projectada a construção da Variante à N14, que será clivada na ligação a Braga, aproximando-a ainda mais do Grande Porto e afastando-a intencionalmente de Braga.
Povoa do Varzim e Vila do Conde, A28 e A7, que a equilibram e aproximam a Norte, Sul e Este da região em que se inserem.
Viana do Castelo A28, A27, novo IC28 e o novo troço da A28, aproximam-na de toda a sua Área de Influencia definida pelo INE.
Vila Real A24 e IP4, ligam-na a Norte, Sul, Este e Oeste, etc…



Por seu turno, em Braga verifica-se uma localização desfavorável da A3 e A11, com traçados não pensados em Braga como centro da sua AI, mas localizadas ambas a Sudoeste, e colocando toda a cidade de Braga numa posição marginal e externa, a todas as principais rodovias da Região.
Essa localização desequilibra toda a estrutura urbana da cidade, com a concentração de Nós a Sudoeste da cidade, e com a agravante da ausência de uma Circular à cidade, uma vez que em Celeirós a dita “via circular” é clivada pelos Nós da A3 e A11 em Celeirós, e na zona urbana trata-se de uma Estrada Urbana em faixa dupla, onde o limite é de apenas 50km/h.
A adicionar a isto temos o esvaziamento que é feito à AI de Braga, que mesmo com a construção do Novo Hospital Central que será a referência para essa região, e com a AI definida pelo INE, as N de Braga-Monção e Braga-Chaves, de forma absolutamente caricata e insultuosa, face ao restante Plano Rodoviário Nacional, não passam a IP, nem a IC!?, e ficam como EN que vão sofrer melhoramentos.

É insultuosa a postura do PROT-N, atendendo ainda à veemência com que dizem refutar esta constatação que a própria Câmara Municipal de Braga faz de todo este plano.

É evidente a decapitação feita ao Distrito de Braga aquando da realização das NUTS III, separando-a do restante Vale do Ave, onde se insere, e colocando o Vale do Ave junto com a região de ligação ao Grande Porto, Santo Tirso e Trofa. Afastando assim a possibilidade de consolidação do triângulo urbano difuso, entre Braga, Famalicão e Guimarães.
É evidente a centralização no Grande Porto, e o aumento de importância de outras centralidades face a Braga, com o intuito objectivo de diminuírem o papel de Braga no equilíbrio do Norte Litoral, e tornado toda a Região mais Portocentrica, com os resultados que todos podem observar, um Norte cada vez mais pobre, e um Porto cada vez mais lotado, e esgotado.

Se Braga fosse tratada como um Cidade de Equilíbrio Regional, e uma cidade centro da sua Área de Influência, as vias rodoviárias incluídas no plano de 2000-2006 e 2007-2013, seriam/serão:
- IP Braga-Chaves-Bragança
- IP/IC Braga-Monção
- IC/EN Braga-Viana do Castelo (2 capitais de Distrito que não estão directamente ligadas, absurdo), complementado pelo IC seguinte.
- IC Braga-Ave Park-Guimarães, ou Variante à N101 (em túnel na zona da “Falperra” e passando a Norte de Caldas das Taipas, ligando à zona de Azurém, colocando as duas cidades a 6km do Ave Park e a 12 km entre si, equilibrando a excessiva centralização a Sudoeste das vias de acesso, e diminuído também significativamente o tempo de ligação Braga-Fafe). Este IP devia ainda ser prolongado até à união com o IP4 entre Amarante e Vila Real, passando entre Felgueiras e Celorico de Basto. Concretizando assim de forma efectiva o eixo de equilíbrio transversal a Norte, alternativo ao Grande Porto, Viana do Castelo-Braga-Guimarães-Vila Real.
- Circular de Braga (toda o arco urbano dentro da cidade, e zona dos Nós de Celeirós, teriam que receber uma verdadeira Circular alternativa a este traçado urbano e de Nós, que se verifica, e que impedem a circulação eficaz em torno da zona Urbana da cidade)
-IC de Braga-Joane-Vila das Aves (consolidando o triângulo urbano difuso entre Braga-Famalicão-Guimarães)
- Variante à N14 (ligando directamente o Aeroporto FSC ao Vale do Ave e Braga, através de um traçado a Noroeste da Maia, Noroeste de Famalicão fechando a sua Circular, e ligando à zona Sudoeste de Braga, pelo eixo Nine-Aveleda ou pelo eixo Cruz-Celeirós);

Isto sim, seria o desenvolvimento de acordo com o restante PRN, e o reforço da posição de Braga como cidade de equilíbrio regional, e como centro da sua AI, e não o insultuoso melhoramento de EN, e continuação da marginalidade que o PROT-N propõem.

Braga é a maior centralidade Nacional, se excluirmos as AML e AMP, e nunca foi tratada como tal, pela CCDR-N e pelo PROT-N, Braga tem que ser um centro de onde irradiam IP e ICs, e não uma localidade externa e marginal ao Plano Rodoviário, centralizado e fortalecido em volta do Grande Porto, onde o Vale do Ave continua a ser ligado ao Grande Porto, em desprimor pela ligação à antiga capital de Distrito, e onde a AI de Braga continua sem os ICs e IPs necessários ao desenvolvimento e equilíbrio de toda a região e da cidade de Braga.

Os mapas demonstram esta situação, os propostos pelo PROT-N demonstram a marginalidade e posição externa de Braga em relação às principais rodovias.










O Mapa com as alterações propostas que colocariam Braga como uma verdadeira centralidade, superior às restantes centralidades do Norte Litoral, e apenas inferior ao Grande Porto, que é o seu lugar devido, e que o PROT-N apregoa, mas não aplica.

sábado, 9 de maio de 2009

Sete Fontes

Será utopia pedir o seguinte?

A alteração do actual projecto urbanístico das Sete Fontes, apresentado pela Câmara Municipal de Braga (CMB).

(Se não tiver tempo, comece por ver as imagens)



Como é evidente face aos factos acumulados ao longo dos últimos 35 anos, as Sete Fontes não tiveram a protecção devida por parte da autarquia.


Além da destruição da fonte que fazia o abastecimento à cidade, e que se encontrava no Largo São Francisco, desconhece-se em que estado se encontram as galerias a partir da Rua do Areal, zona em que o sistema cruza a circular construída na década de 90, até à zona do Largo de São Francisco.
Em 1995 a Câmara Municipal permitiu também a destruição de uma mãe de água e de parte do complexo, para a construção de um edifício residencial.


A adicionar a estes factos, temos a Planta de Ordenamento de 2001, a qual tinha como urbanizável toda a zona do Complexo das Sete Fontes.
Dando continuidade ao que tinha sido construído na década de 90. Como se pode observar na imagem em anexo, obtida através da sobreposição da planta de ordenamento com a imagem em satélite disponibilizada pelo Google Earth. (Imagem: “Sete Fontes PI”)

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Imagem da Planta de Ordenamento de 2001, definida pela CMB.
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Contudo com a classificação das Sete Fontes, e com a crescente pressão da comunidade, a CMB apresentou um projecto para a zona das Sete Fontes, o qual prevê um Parque Urbano, a Nova Variante de “Gualtar”, diversas novas rodovias e várias zonas dadas como urbanizáveis. Tendo sido o projecto enviado ao IGESPAR.

Apesar de ser evidente que:
- o Hospital Central devia ter utilizado os terrenos adjacentes tidos como urbanizáveis e que não invadiam a zona de Protecção das Sete Fontes;
- a Variante devia também ter sido desviada da zona de protecção e se necessário integrada em parte no projecto do Hospital Central;
-as novas vias de circulação que pretendem criar, deviam ter sido colocadas nas zonas urbanizadas na década de 90, nas zonas urbanizáveis da Planta de Ordenamento de 2001, e fora da área de protecção do imóvel.

Lamentavelmente, resta-nos lidar com o estado actual dos acontecimentos, e tentar alterar o que ainda é possível alterar, com o intuito de proteger o património e criar zonas de lazer e de atracção turística que representam mais valias únicas para o município.

Este facto é muito mais importante do que criar pequenas zonas residenciais, que representam uma perda acentuada do valor que pode ser obtido com o novo Parque Urbano e com as devidas infra-estruturas de apoio e de valorização de todo o complexo.
Em anexo pode ver-se o actual projecto da CMB, e os restantes dados obtidos da Planta de Ordenamento de 2001. (Imagem: “Sete Fontes PA”)

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Imagem com o Plano Urbanístico das Sete Fontes proposto pela CMB, e com informação adicional da Planta de Ordenamento de 2001 da CMB.
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Face ao projecto apresentado pela CMB, torna-se evidente que as áreas tidas como urbanizáveis que invadem a zona de protecção têm que ser consideradas inadmissíveis, uma vez que se trata de uma zona densamente urbanizada, e não existe qualquer motivo para se invadir ainda mais, a zona de protecção.
Os novos arruamentos que pretendem criar dentro da zona de protecção são também de utilidade duvidosa, pelo que seria possível obter uma infra-estrutura rodoviária adequada, através da melhoria desta, nas zonas já urbanizadas, que se encontram na periferia do futuro Parque e respectiva zona de protecção. Principalmente a Nordeste tida como urbanizável, e na zona Sudoeste onde pode e deve ser reforçada a ligação entre os dois lados divididos pela “Circular Interna”.


Um novo Parque Urbano para ser devidamente aproveitado, tem que possuir todas as infra-estruturas de apoio que permitam que seja não só um local de lazer, mas também uma zona de atracção turística para o município, entre outras necessita de:
- um Museu que abranja o tema da água, a história das Sete Fontes, e que integre também todos os achados, de futuros trabalhos arqueológicos, que estão por realizar no local (estudo do abastecimento à cidade Romana, Medieval, e “Barroca”);
- parque de estacionamento;
- infra-estruturas de lazer, como parque infantis, ciclovias, percursos pedonais, espalhados ao longo do parque e que criem várias zonas “ancora”, “portas de entrada no parque”, para as populações que residem ao redor do parque… ;
- Monumento que utilize a captação de água feita pelo complexo das Sete Fontes, com vista a valorização de todo o Parque Urbano;
- etc;



Para que estas infra-estruturas sejam construídas e não se perca o valor do Parque em si, torna-se necessário utilizar as áreas adjacentes à área de protecção, tidas como urbanizáveis, tal como é proposto nas seguintes imagens:
- 1ª imagem (Imagem “Sete Fontes PAM2”), retira a nova rodovia que invade a zona de Protecção, e contem a alteração ao traçado da Variante, diminuindo de forma significativa o impacto desta no Parque Urbano, e retirando-a ao máximo da zona de protecção, utilizando áreas urbanizáveis adjacentes;

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Proposta de alteração ao Plano Urbanístico das Sete Fontes da CMB.
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- 2ª imagem (Imagem “Sete Fontes PAM1) podem observar-se todas as rodovias propostas pela CMB, mas com o percurso alterado, de forma a reduzir o impacto no Parque Urbano e na zona de protecção.

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Proposta de alteração ao Plano Urbanístico das Sete Fontes da CMB, mantendo todas as novas rodovias previstas.
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Em ambas as imagens pode observar-se a melhor localização para as infra-estruturas de apoio (museu, monumento, parque estacionamento, …) , e a inclusão das áreas tidas como urbanizáveis que invadem ou não a zona de protecção, passando a parte integrante do Parque Urbano, onde podem ser instaladas as restantes infra-estruturas de lazer e apoio ao parque, transformando assim um mero corredor verde cruzado por várias rodovias, como é apresentado no plano inicial da CMB, num Parque Urbano mais amplo e consolidado, e com vários pontos de interesse, tanto para a população local, como para todos os munícipes, e turistas.

Apesar de não ser o plano ideal, é fácil verificar, que mesmo mantendo toda a infra-estrutura rodoviária proposta, é possível diminuir o impacto desta na zona do Parque, assim como é possível e necessário libertar amplas áreas do vale, dentro e fora da zona de protecção, com vista a melhoria do Parque, e com vista um futuro estudo arqueológico do local, com amplos benefícios para todos os munícipes.
Na imagem “Sete Fontes PAM1 Sobreposto”, pode observar-se as alterações propostas, tendo o plano urbanístico da CMB sobreposto.

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Sobreposição do projecto de Plano Urbanístico das Sete Fontes da CMB, com a proposta de alteração, que mantém todas as novas rodovias previstas.
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Espero que os dados em discussão mereçam a devida atenção por parte das entidades competentes, e que os interesses particulares pontuais, não comprometam a criação de um Parque Urbano, Museu, Monumento, e área de estudo Arqueológica, que representam uma mais valia evidente para o município nos diversos níveis (patrimonial, histórico, cultural, …).